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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Sobre Halloween e Natal

(de “Cartas de uma judia a um pastor)

Caro Pastor,

Em seu sermão, você falou nos males de se comemorar Halloween. Isto me fez lembrar de algumas coisas.

Natal é o Solstício de Inverno, uma festa nórdica pagã. Para apaziguar e satisfazer o povo, a Igreja comprometeu as profecias do HaMashiah, e promoveu a maior fraude de todos os tempos: o Natal, inclusive com Iggdrasil, a árvore eternamente verde da mitologia nórdica.

Amigo, se formos erradicar cada festividade pagã de nosso calendário, vamos lá – comecemos por aqui mesmo, erradicando o Natal.

Para começo de conversa, Jesus teria que ter nascido em outubro, durante as festividades de Succot (a Festa dos Tabernáculos) , quando os pastores ainda podiam estar “nos campos com as ovelhas”. Em dezembro, amigo, nem mesmo o pastor mais lunático estaria fora à noite, em campos cobertos de neve. Muito menos ovelha!

Como você pode ver, se vamos ser exatos, cortemos o Festival de Inverno do Natal, com seus bonecos loiros representando um Jesus nórdico, em uma Festival nórdico de orgia invernal.

Cortemos também a Páscoa, já que estamos cortando tudo, porque ela não tem nada a ver com a ressurreição do Cristo, que aconteceu três dias depois do Shabbat, portanto numa quinta-feira, logo após a Passover que, naquele ano, caiu bem no Shabbat.

Vamos também dar um fim no Dia de Ação de Graças, que comemora o fim, sem nunca ter havido um começo, da boa vontade dos Peregrinos recém-chegados ao Novo Continente, para com os nativos americanos. Logo depois disto, eles começaram a roubar a terra deles, matando-os e destruindo suas tradições – tudo em nome de fazer para si mesmos um lugar onde pudessem ser livres para “adorar a Deus”...

Vamos nos livrar também do Dia da Bandeira, Dia do Soldado, Dia da Descoberta da América... ora, todos os feriados, já que eles, todos eles, sem nenhuma exceção, comemoram a vitória de um grupo, com a destruição de outro.

Agora voltemos ao Dia das Bruxas, que deu início a tudo isto. Ele existe? Sim. É o Dia dos Mortos, no qual, aqui no Brasil, as pessoas vão aos cemitérios honrar seus parentes falecidos. E por que não? Abraão honrou o local onde Sara fora enterrada. José honrou seus próprios ossos, e ordenou que fossem levados à Terra Prometida. Jesus foi colocado na tumba de um homem rico. Honrar os mortos com um dia especial não tem nada a ver com o mal. O que há de errado nisso?

Deixe que as crianças brinquem, meu amigo. Exorcizemos Halloween, fazendo com que flores cresçam onde descansam cinzas. Por que lutar com medo contra o que se vê como sendo o mal? Encaremos nossos medos! Deus fez cada um dos dias. “Este dia foi feito pelo Senhor. Vamos nos regozijar e ser felizes nele.” Salmos 118:24

Deixe que as crianças se fantasiem, brinquem, comam doces: cada dia pretence ao Senhor, deixe-os se regozijarem e serem felizes nele. Até mesmo o Novo Testamento diz, em Tito 1:15: “Para o puro todas as coisas são puras, mas para os impuros e descrentes, nada é puro; mas até a mente e a consciência deles está corrompida.”

Bom. Agora que você está completamente horrorizado, e perguntando- se de onde fui tirar todas essas idéias, deixe-me contar-lhe: é sempre bom basear sua fé em fatos reais. Até mesmo o Cristo – ele baseou suas obras e suas palavras no que Deus já havia feito aos judeus, e não nos temores do povo. Ele rompeu todas as regras, mantendo apenas o essencial: pureza e amor – que são os atributos de Deus.

Tudo o mais é somente isto, meu amigo: tudo o mais...

Dalva, inutilmente abrindo a boca

Dalva Agne Lynch

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