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domingo, 29 de março de 2009

RESERVA INDÍGENA É GUETO

Excelentíssimos Senhores Congressistas brasileiros

Partindo do entendimento de que reserva indígena é gueto, por mais disfarçado que esteja, e em defesa da dignidade de nossos índios, pois que já era tempo de alcançarem o direito inalienável de sair da Idade da Pedra, dirijo-me a Vossas Excelências e espero que, pelo menos desta vez, levem em conta e também respondam a esta mensagem.

Como cidadã brasileira, eleitora e pagadora de impostos, tenho, sim, o direito de me dirigir aos congressistas que, supostamente, estão aí me representando e representando a todos os cidadãos deste país.

Diz a Constituição Brasileira, em seu Artigo 5º, Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...........


Mas o Brasil insiste em dividir a nossa sociedade em castas vergonhosas. Uma delas, a mais segregada e impedida de se desenvolver e de crescer é a dos índios, com uma falsa política de proteção. Protejam-se os cidadãos e todos os brasileiros de qualquer cor ou credo, e todos os residentes neste país, venham de onde vierem, todos estarão protegidos.

Quem assistiu a participação do Índio Jonas Marcolino, da Nação Macuxi, em recente evento no Rio de Janeiro, pode ver que o índio tem tanta competência, como qualquer outro cidadão, de ser educado e culto e participar, em igualdade de condições, da vida social, cultural e de trabalho de uma sociedade. Por que então serem mantidos em condições de inferioridade, em jaulas gigantescas, apelidadas de reservas, vivendo como animais, sem reais oportunidades de crescimento. Por que mantê-los como animaizinhos de estimação de antropólogos inconscientes e de políticos irresponsáveis?

Vamos dar aos nossos índios a dignidade que merecem. Vamos aculturá-los. Sua cultura e suas tradições? Podem muito bem ser preservadas de geração em geração, mesmo morando em apartamentos na cidade, tomando ônibus para se dirigirem às faculdade, aos empregos, vestidos como GENTE e não com aqueles arremedos fajutos de calções feitos com retalhos de pano.

Nossos índios são tratados como indivíduos de terceira classe, vestidos de molambos, pintados para servirem de diversão para um bando de aproveitadores, fechados em guetos que os impedem de participar da vida do país e de serem tratados como sujeitos de direitos e obrigações, como qualquer cidadão.

Está na hora de pensarmos em nossos índios como cidadãos do Brasil.

Atenciosamente
Ester J. Azoubel

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