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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Máquina de fazer dinheiro do PT pegou grana até de doador do Mensalão do DEM.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Depois de criticar a "fabulosa" doação de R$ 8,2 milhões, feita por um empresário envolvido no mensalão do DEM no Distrito Federal, ao diretório nacional do PSDB em 2010, o PT terá de explicar ter recebido R$ 600 mil do mesmo empresário em 2011, para saldar as dívidas do partido. "Realmente dei [dinheiro] para o PT. Nem lembrava, mas mandei olhar na minha contabilidade e vi que doei para pagar alguma dívida deles", afirmou ao Valor José Celso Gontijo.

O empresário é dono de empresas do ramo imobiliário e da Call Tecnologia, que administra o serviço de call center do governo do Distrito Federal. Ele foi filmado ao entregar pacotes de dinheiro para Durval Barbosa, ex-secretário do governo José Roberto Arruda (ex-DEM) que denunciou o esquema de corrupção do governador em troca da delação premiada.

"Fui um bobão. Aquilo era dinheiro que eu levava, a pedido do Arruda, para o Durval pagar o advogado dele", afirma. "O Arruda ficou refém do Durval por causa do vídeo em que recebe R$ 50 mil, que ele diz que era para comprar panetone, sei lá. O Durval, que é um safado e tem 38 processos criminais, usou isso para pagar seus advogados", diz.

A doação para a campanha do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) à Presidência, atacada em blogs petistas e reproduzida em sites como o do presidente nacional do partido, o deputado estadual Rui Falcão, foi feita em nome da mulher de Gontijo, Ana Maria Valadares. O nome dela também é o que aparece na doação para o PT em 2011.

"A conta é conjunta, quem fez a doação fui eu", afirma Gontijo, que diz não lembrar quem lhe pediu o dinheiro. "Talvez o [atual governador do Distrito Federal] Agnelo [Queiroz, do PT], ou o [ex-ministro José] Dirceu. Não presto atenção nessas coisas porque não espero resultado nenhum, não tenho mais relações com o governo", afirma. O contrato da Call Tecnologia com o Distrito Federal, porém, ainda está em vigor e rendeu a Gontijo R$ 17 milhões em 2011. "É verdade, mas é coisa pequena, acaba em junho", disse depois.

O empresário diz que sempre fez doações "suprapartidárias" para ajudar os amigos - o que é reforçado nos dados do Tribunal Superior Eleitoral, em que ele e sua família aparecem como doadores de mais de trinta campanhas desde 2006. "Os candidatos que têm muito dinheiro, como o Maluf, gastam o deles. Quem não tem pede para gente como eu", disse.

Entre esses "amigos de longa data" ele cita os do PSDB, como os ex-governadores de São Paulo Mário Covas (morto em 2001) e José Serra, hoje pré-candidato a prefeito da capital paulista, e o atual governador, Alckmin - que ele chama de "Geraldinho". "Sempre voto no PSDB, exceto na última eleição. Não queria mais o Serra, estava cansado, acho que anulei", disse o empresário, falando contra o candidato que ajudou a financiar. Rapidamente, porém, Gontijo emenda: "Agora, no Lula eu nunca votei."
 

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