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sábado, 2 de maio de 2015

Midrash:
A Raposa e Vinha
Uma raposa pusera-se a namorar avidamente uma vinha tão bem cercada que não havia brecha por onde entrasse. Deu voltas e mais voltas, até que topou um resquício entre os mourões de cerca. Lançara-se por ele impetuosamente, mas era tão estreito que mau pode insinuar a cabeça. Esforçava-se daqui, tenta dali, mas tudo em vão. Veio-lhe, então, a ideia, um plano singular: se eu pudesse, monologava ela, emagrecer bastante passaria por esta brecha. Resolvida vencer a prova submeteu-se a um estranho teor de vida: ficou 3 dias sem provar alimento e pôs-se tão fina e magrinha que mais parecia um palito. Toda ancha com o sucesso, esgueirar-se pelo delgado vão e entra radiante, na vinha. Ali pode pagar-se de tudo quanto sofrera e passou alguns dias na mais regalada abundância. Chegado o tempo de sair, receosa dos donos do vinhedo que não podiam tardar, corre a brecha por onde entrara e tenta meter-se por ela. Aconteceu porém que a infortunada, naqueles poucos dias de regabofe, engordara tanto que não mais cabia ali. Mais triste do que um mocho, desiste do intento, resolve repetir a provação por que passara, pondo-se de novo em rigoroso jejum até que, novamente magra como um esqueleto lhe foi possível safar-se pelo agulheiro. Estava porém tão fraca e debilitada que parecia um cadáver. Livre daquele cativeiro, olhou melancolicamente para a vinha e disse: adeus, não me apanharás mais. És sedutora e deliciosa. Tens em abundância frutos saborosos, mas que importa? De ti sai como entrei. Assim o homem em relação aos bens e riquezas da vida terrena. ensinava o Rabi Meir: o homem quando nasce tem os braços estendidos para a frente, como se dissesse: é meu o mundo. Todo o mundo é meu! Quando morre, os traz ao longo do corpo, como a prevenir os que aferram aos bens materiais: nada levo deste mundo. Deixo da vida o que a vida me deu!

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